Imagine espremer uma massa uma vez e meia maior que a do nosso Sol em uma esfera de apenas 20 quilômetros de diâmetro. O resultado seria um dos objetos mais densos e exóticos do universo: uma estrela de nêutrons. Esses corpos celestes são os remanescentes compactos do colapso de estrelas massivas, um dos possíveis estágios finais de uma evolução estelar violenta.
Uma estrela de nêutrons nasce das cinzas de uma supernova. Quando uma estrela com cerca de 10 a 30 vezes a massa do Sol esgota seu combustível nuclear, ela não consegue mais sustentar seu próprio peso. A força da gravidade se torna avassaladora, e a estrela implode em uma fração de segundo, antes de ejetar suas camadas externas em uma explosão cataclísmica. O que resta é um núcleo ultracompresso. A pressão gravitacional é tão intensa que força os prótons e elétrons a se fundirem, formando nêutrons. O resultado é um objeto composto quase que inteiramente por nêutrons, densamente compactados.
A densidade de uma estrela de nêutrons desafia a imaginação. Uma única colher de chá de sua matéria pesaria cerca de um bilhão de toneladas. Além da densidade extrema, elas possuem outras características impressionantes. Giram em velocidades alucinantes, com algumas completando centenas de rotações por segundo, e possuem os campos magnéticos mais poderosos conhecidos no universo. Quando esses campos magnéticos são particularmente intensos, a estrela é chamada de magnetar. Seus feixes de radiação, varrendo o cosmos como um farol cósmico, podem ser detectados da Terra, e nesse caso, a estrela é classificada como um pulsar.
Estrelas de nêutrons são laboratórios naturais para a física extrema, permitindo que os cientistas estudem o comportamento da matéria sob condições que são impossíveis de replicar na Terra. Elas representam um limite fundamental da matéria como a conhecemos, um passo antes do colapso final para um buraco negro, e continuam a ser uma fonte inesgotável de mistérios e descobertas sobre o cosmos.
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