Prestes a deixar a Secretaria de Políticas para a Mulher do Governo de São Paulo, Sonaira Fernandes irá voltar para a Câmara Municipal de São Paulo no começo de abril. Outra grande mudança que acontecerá com a parlamentar é a troca de partido político. Ela deixará o Republicanos de Tarcísio de Freitas, para se filiar ao Partido Liberal, de Jair Bolsonaro.
Estreante na política nas eleições de 2020, Sonaira foi uma das poucas candidatas de São Paulo que contou com o apoio do então presidente da República e conseguiu mais de 17 mil votos, garantindo assim uma cadeira na Casa de Leis da maior cidade da América Latina.
Em entrevista ao Pleno.News, Sonaira falou sobre a mudança de partido, relembrou as perseguições que sofreu e falou também sobre as pautas que continuará defendendo na Câmara, onde deve disputar a reeleição.
SECRETARIA DE POLÍTICAS PARA MULHERES
Sonaira Fernandes se licenciou do cargo de vereadora em janeiro de 2023 para assumir a Secretaria de Políticas para a Mulher, a convite do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), com intermediação da primeira-dama do estado, Cristiane Freitas.
Sonaira e Tarcísio se conheceram quando ela ainda era assessora parlamentar do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), com quem ela trabalhava desde 2014, quando o político ainda era escrivão da Polícia Federal. A amizade com o casal Freitas surgiu dos compromissos da campanha de 2022, quando o ex-ministro da Infraestrutura disputou o governo paulista.
– Estivemos juntos em diversos eventos e ações da campanha, o que estabeleceu uma relação de amizade entre nós. A primeira-dama é uma mulher muito ativa e preocupada com a pauta da mulher – conta a ainda secretária.
A Secretaria focada em políticas públicas para mulheres não existia no Governo de São Paulo. Assim, Sonaira assumiu os trabalhos sem orçamento aprovado e, um ano e três meses depois, conseguiu entregar diversos programas focados na mulher paulista que envolvem questões de saúde, combate à violência, moradia e outros.
Um dos projetos de destaque é o Protocolo Não Se Cale, que tem como objetivo reforçar as estratégias de proteção das mulheres em estabelecimentos privados e públicos, padronizando formas de acolhimento e suporte do poder público.
A mulher que precisar de apoio pode pedir ajuda tanto verbalmente quanto por meio de um gesto já utilizado mundialmente para simbolizar essa necessidade. O sinal é feito com apenas uma mão: palma aberta para cima, polegar flexionado ao centro e dedos fechados em punho.
– Esse protocolo, que nasceu em São Paulo, é um grande avanço na proteção das mulheres – diz Sonaira.
E continua:
– Outra conquista importante é o protocolo Mulher Viva, que prevê o pagamento de auxílio-aluguel para mulheres vítimas de violência, garantindo proteção e assistência a elas.
Com o retorno de Sonaira para a Câmara de Vereadores, já há uma lista de possíveis nomes para assumir a Secretaria de Políticas para a Mulher, entre eles o da deputada estadual Valéria Bolsonaro (PL).
MUDANÇA DE PARTIDO
Enquanto se prepara para retornar à Casa de Leis, Sonaira Fernandes aceitou mudar de partido. De saída do Republicanos, ela será filiada ao PL na próxima segunda-feira (25), em um evento com a participação de Jair e Michelle Bolsonaro.
– Minha mudança de partido é um alinhamento feito entre o governador e o presidente Bolsonaro. Houve uma concordância de que eu preciso estar na legenda do Partido Liberal, sigla que hoje agasalha o nosso presidente. Foi uma questão de composição de chapa – explica.
DESAFETOS POLÍTICOS E RETORNO À CÂMARA
Sonaira enfrenta desafetos políticos desde a sua eleição, tendo debates acalorados com representantes de partidos da esquerda, principalmente parlamentares do PSOL, como a ex-vereadora e agora deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP).
Evangélica, conservadora e defensora da família, ela foi atacada também pela imprensa quando foi escolhida para a secretaria que defende mulheres. O motivo? Sonaira Fernandes não se identifica com o movimento feminista.
Blogs de esquerda chegaram a chamá-la de “a face mais odiosa do bolsonarismo”. A grande imprensa também não poupou, apelidando-a de “Damares de São Paulo”, em referência à ex-ministra Damares Alves.
Questionada sobre essas perseguições, a vereadora revela que se firma em quem ela é em Deus, para poder conseguir seguir seu caminho, mesmo com todos os ataques que recebe.
– Eu encarei essas afrontas e sobrevivi a elas tendo certeza da pessoa que eu sou, do que eu acredito. Eu gosto muito de um dito que o pastor amigo meu, pastor Klaus Piragine, costuma dizer em todo o culto: “Eu sou o que a Bíblia diz que eu sou, eu tenho o que a Bíblia diz que eu tenho e eu posso o que a Bíblia diz que eu posso”. Então, quando eu sou atacada na minha honra e em todos os sentidos, eu lembro muito disso – conta.
Voltar a se sentar em uma das 55 cadeiras da Câmara Municipal de São Paulo também representa encarar novos desafios; como, a bancada da esquerda a quem ela tem algumas perguntas para fazer:
– Eu preciso saber dos vereadores de esquerda se a economia vai bem, se a saúde vai bem, se a gente já pode dizer que o governo federal comete genocídio nos casos de dengue. Eu preciso interrogá-los sobre algumas coisas. Agora [que a esquerda voltou ao poder] eles estão vivendo um conto de fadas, né? – pontua.
Além dos embates políticos, Sonaira mantém uma lista de propostas para a cidade de São Paulo que deseja transformar em projetos. Entre eles, a defesa da família, a defesa da fé, a liberdade de empreender, a liberdade econômica e também projetos focados nas mulheres.
– A Câmara Municipal de São Paulo continua sendo para mim uma grande escola. Na Câmara Municipal eu aprendi muita coisa, foi o cenário, um palco de debates acalorados, com o PT e com o PSOL, principalmente, mas eu digo para você que hoje eu volto para a Câmara mais madura com uma visão mais ampliada dos debates da política e do que realmente precisa ser feito – diz.
FONTE:PLENO NEWS
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